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"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"
( Vinícius de Morais)

25 setembro 2009

O mundo - suas piores invenções


Uma pesquisa feita pela revista Focus, com 4 mil pessoas no Reino Unido, elegeu o telefone celular a segunda pior invenção humana . Em primeiríssimo lugar foi a arma. O terceiro lugar registrou empate: as usinas nucleares, a televisão e o Sinclair C5 (tipo de carro compacto) foram votados por 9% dos entrevistados cada.
A lista das dez piores invenções tem ainda os automóveis e os cigarros (6% dos votos), comidas fast food (3%), câmeras digitais (3%) e religião (2%).O editor da "Focus", Paul Parsons, disse que acha "fascinante descobrir o que realmente irrita as pessoas". "Invenções contemporâneas, como o carro e o celular, que aparentemente tornam melhor a vida moderna, deixam as pessoas mais estressadas que felizes". Outras invenções citadas na pesquisa foram computador, dinheiro, internet, bebidas alcoólicas e publicidade.
Permita-me, então... O Mundo!
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22 setembro 2009

Ele não ligou


Série:
Causos de alguém




Eles sempre foram grandes amigos e o quase namoro sempre foi um fator estimulante para ela. Vários encontros, grandes conversas e risos de sobra. Se davam muito bem como confidentes. O que acontecia entre eles? Quase nada e o que para ela era o principal- beijos, muito pouco. Achava estranho, mas como ele era um cara diferente, daqueles sensíveis, atenciosos e passava longe de ser mais um desses cafas- 'bonitinhos mas ordinários', nunca resistia. Ligava e pronto. Ele sempre aparecia com um convite para esticar a noite em um barzinho legal. Não tinha dia certo e nem hora ou comemoração. Qualquer dia era dia. Afinal, eram amigos.

Aqueles momentos picantes eram o sonho dela. Queria experimentá-los com ele. Imaginava o dia em que não deixaria ele ter chance de se esquivar. Deixaria ele ficar vermelho de vergonha. Achava mesmo aquilo excitante. Se contentava com pouco imaginando o porvir. Conseguiu rapitá -lo duas vezes para o motel. Seus sonhos eróticos eram sempre melhores do que seu desempenho na cama. Ela tinha esperança. O fato de serem amigos e não terem pudores ia amadurecer a relação. Disso não tinha dúvida. Pelo menos, é o que ela mais queria.

Mas a vida parecia que não apostava muito nesse namoro e a coisa esfriou. Não se formalizou o término de nada. Cada um com suas prioridades. Nisso, outros relacionamentos vieram e ela não quis apostar mais. Voltou para o ex. E noivou. A distância era de pensamentos e quilômetros, e só foi driblada pela carta que ele a escreveu quando descobriu do seu casamento. Pois é, um homem que ainda escreve cartas...E essa queria se desculpar por não ter sido aquele homem que ela esperava, e pedia para que o tempo voltasse e lhe desse uma chance de resgatar a amizade. Sim, cartas de amor são ridículas, mas não nesse caso. Era um pedido de desculpas por não ter sido “o homem”. Aquilo a marcou.

Anos se passaram, e com ela, a impiedosa crise dos sete anos no casamento. Telefone ao punho, ela liga. Acima de tudo, ainda se falavam, e ele, mais do que ela, soluçava sua vida sentimental. Se encontraram e riram juntos sem a precisão da prestação de contas do passado. No carro, sentia-se que todo o sentimento cultivado e deixado suspenso no ar seria posto à prova. Encurtaram o caminho e aquelas conversas banhadas a puro tom de ironia e provocação deram um ar relaxado ao reencontro. As intenções dele já não encabularam. Aliás, quase sempre o contrário era o corriqueiro. Estranhou a sua astúcia quando nos momentos mais picantes da conversa ele dava voltas pelas ruas dos motéis- os mais badalados. Ela pôs uma bala de menta na boca e imagina em voz alta o prazer que poderia proporcioná-lo. Risos. Impaciente pelas voltas e obrigada a ver pela janela do carro os motéis convidativos, ela explode:

-A bala já está acabando e só tenho essa! Vamos ficar poluindo o ar até quando?

Essa intimação foi no mínimo criativa e suas mãos os guiaram direto para aquele motel ‘puro extasy’. Ele enche e entra na banheira. Ela desejava a todo instante, na cama quentinha ao lado dele. Num pensamento egoísta, e por conta da sua carência, resolveu garantir o seu clímax e só depois saciá-lo. Aquela troca de abraços e beijos talvez tenha a distraído, e ela não se deu conta de que ele tinha parado. Sempre muito direta ela pergunta se ele tinha conseguido. Aquele sim nunca foi por ela entendido. Sabia que nunca ia admitir não ter chegado aos finalmente logo com ela. Não quis desmascarar e jogar na cara o que era óbvio. Seu telefone não tocou no dia seguinte.

Ela sempre ouvia da amiga que a opção sexual dele era duvidosa. Por mais que não digerisse isso servia para aliviá-la. Esse fato ficou em segredo até o momento para provocar uma quebra na responsabilidade do fiasco. Era o meu trunfo dessa história. Afinal, essa possibilidade explicaria a sua falta de experiência no trato com as mulheres, ausência de namoradas, todo aquele mistério com suas companhias e noitadas com amigos desconhecidos. O telefone não tocava e ela sabia que tinha perdido um amigo. Era o que restava pensar. Ele tomou um pavor dela e isso a incomodava. Quando finalmente se falaram pela net, ele confessou que estava morando com uma prima e que depois explicava o acontecido. Aquilo soou estranho mas já era um fato menos ridículo, pois chegou aos seus ouvidos que ele passeava, estranhamente, numa noite de sexta com um casal de homossexuais. Aquela amiga tinha lá suas razões mesmo.

Ele não ligou nunca mais e ela não tem mais dúvidas- a vida é um arcoíres.
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20 setembro 2009

Traduza-me, Clarice L.





Estou sentindo uma clareza tão grande
que me anula como pessoa atual e comum:
é uma lucidez vazia, como explicar?
assim como um cálculo matemático perfeito
do qual, no entanto, não se precise.


Estou por assim dizer
vendo claramente o vazio.
E nem entendo aquilo que entendo:
pois estou infinitamente maior que eu mesma,
e não me alcanço.
Além do que:
que faço dessa lucidez?
Sei também que esta minha lucidez
pode-se tornar o inferno humano
- já me aconteceu antes.


Pois sei que
- em termos de nossa diária
e permanente acomodação
resignada à irrealidade -
essa clareza de realidade
é um risco.


Apagai, pois, minha flama, Deus,
porque ela não me serve
para viver os dias.
Ajudai-me a de novo consistir
dos modos possíveis.
Eu consisto,
eu consisto,
amém.


( Clarice L.)
"Tem dia que a gente se sente como quem partiu ou morreu..."

Não quero estar em mim hoje. Não quero essa consciência.

13 setembro 2009

Eu de Funérea






Sábado, como não ia sair por não querer trocar o gozo de um bom sofá a dois, programei o dia por partes. Só ficou de fora o estudo, pra variar um pouco. Uma jogadinha, aliás várias de buraco na net, daquelas que você só precisa dar o boa tarde ou boa noite e começar a partida. Você logo percebe pela postura aquela pessoa falante que faz piada com tudo e pra compensar os foras que dará na partida quer sempre estabelecer um diálogo- é 1ª vez dela jogando, e custa em fazer um jogo para orgulhar o parceiro. O sossego passou longe em toda a minha última partida no buraco. E pra fechar com chave de ouro e rebater a minha falta de paciência ignorando todas as piadinhas sem graça, a dita ainda me chama de...dailit?!Sim, sem paciência. Perder o jogo não foi nada para ela... O riso voltou só com Funérea. Tive que rever isso. Ai, que infortúnio! Ninguém nunca morre nessa merda de desenho!? Hãn..? Alguma semelhança? Às vezes, é bom!!!!









tô louca pra que isso acabe logo...



10 setembro 2009

Proseando





Perguntas e perguntas e mais perguntas. Mas a resposta de tudo quem as pode ter? Quem as quer ter? E quem as aguentaria ter?
Mesmo na confusão de não saber ao certo o que se quer sempre, existem pensamentos, existem desejos e a esperança de tornar real parte do imaginado, o consolo mais certo .Tudo é tão grande e intenso, e assusta. Mas nada melhor do que lembrar que o importante é viver tudo até o fim. Até o fim das dúvidas...
No fim de cada delírio, a consciência que se tem de tudo o que se quer ser e ter...sem medo de admitir e com um certo 'dedo' de viver.

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ótimas tirinhas...

08 setembro 2009

Vanusa, toca Raul!!!





Esse vídeo tá rolando há tempos, mas muita gente ainda não tinha tido o desprazer de conhecê-lo. Como ontem comemoramos a nossa " independência ou MORTE" ele me veio na cabeça- aliás, não deu para esquecer. Longe de mim afirmar que sei cantar o hino na íntegra, e por isso, não o faço. Se foi medicamento ou coisa parecida é melhor suspender...

Receber cachê ( 14.000 dizem por aí) e ter a letra aos olhos para entoar o hino não ajudou em nada.

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07 setembro 2009

Nova lei do estupro II


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E a história continua com o Tribunal de Justiça do Ceará negando o pedido de habeas corpus para o italiano preso em Fortaleza acusado de ter abusado sexualmente da filha de oito anos. Longe de usar argumentos para incriminá-lo, o importante é como sairá a filha dessa história. O caso apresenta testemunhas que afirmam veemente ter notado do pai uma malícia no carinho com a criança.

Acompanhando o caso e anciosa para saber em que 'pé vai dar' tudo isso, surpresa e sem nemhuma opinião formada, propositadamente, a ideia de tratar o caso como mais um reality show passará longe por aqui. Afinal, não é novela e a vida real está pior que ficção.

Nada a declarar...ainda.

03 setembro 2009

Nova lei do estupro: tolerância zero





Com base na nova Lei do estupro em vigor desde o mês passado, externar carinho a uma criança beijando-a na boca é crime e justifica punições mais rígidas. Imagine quanto embaraço isso vai causar. Quem sofreu com essa nova Lei do estupro foi um pai preso por beijar a filha de 8 anos na boca, na beira de uma praia, em Fortaleza. No site conta todo o acontecido, onde o italiano beija a filha na boca e é advertido por outros turistas também presentes na praia. Culminou com a presença policial que mantêm o italiano detido numa delegacia no ceará.


Não é normal no Brasil uma punição tão rápida, isso não se pode negar. Ser ou não um costume demonstrar o carinho de pai para filha dessa forma nos remete a outro ponto- a que ponto chegamos... condena-se o bem, vê-se maldade em tudo, e a desconfiança é que nos fortalece. O semelhante que espera sua vez no caixa eletrônico quer enxergar sua senha ou avisar a quadrilha para levar suas economias, e a moça que carrega sua bolsa no coletivo apertado se apossa indevidamente do seu celular. Se tudo isso é uma realidade, devemos isso a nós mesmos. Que saudade do tempo em que se podia sonhar com uma "... casinha branca de varanda um quintal e uma janela só pra ver o sol nascer..." Quem vai se enfiar dentro do mato se até a cidade virou selva?





Parabéns para http://www.vidabesta.com/ pela arte.