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"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"
( Vinícius de Morais)

26 março 2009

De quem é a culpa?!

Nada de blá-blá...@#$% modos, técnicas de RTVC, estudo da psicologia do consumidor desde os Mass Media! O negócio da hora é saber tirar da dor um quadro bombástico. Nesse furo, a moeda diretamente proporcional ao sofrimento é a audiência. É assistir e ganhar imagens incríveis de acidentes, homicídios, e por que não as do próprio terrorismo recriado na esfera baiana! E ainda se aprende o novo linguajar da moda, afinal tudo é pesado, aqui não é o programa da Xuxa, aqui o fumo entra, o sistema é bruto!(mas incorpore e mentalize essas frases aos berros, senão não vale...).
Vistos como programas que mesclam notícia e público num formato auditório( desculpem pelo mau uso da palavra)- mais certo dizer programas sem grande fins sociais que não superam a sua finalidade óbvia que é a banalização dos problemas oriundos da precária equação: (- família + [-educação])= + violência. São formadores de opinião e se escondem atrás de uma invejável missão para camuflar a disputa ferrenha de quem mostra mais o sofrimento, o fomento da violência e da ignorância. Ridicularizar o direito da família em preservar sua base moral e o respeito pela sua integridade como telespectadores e ouvintes torna-se cegamente justificável pela troca de favores midiáticos.
O que não se pode esquecer é que a mensagem não é mais unívoca, manipuladora e dona da verdade. Mesmo o público desses programas, que se acham de utilidade pública, precisa interagir com o conteúdo da mensagem, e ter a noção da importância das suas funções psicológicas e sociais na era da informação. O receptor deve questionar, moderar as informações, e não assumir uma postura passiva diante do universo da mídia.
As piores e mais intrigantes imagens são fisgadas de maneira amadora, como uma nova categoria de Paparazzis que ronda a cidade. É aquele inívíduo que por sorte sua( já que se presta ao papel e ignora a dor alheia) e azar da vítima, se faz presente na raíz do problema, e ganha seu bônus por 'colaborar' na produção do programa. A violência faz o sentinela ou o próprio é apenas mais um produto da era da banalização? Não precisa responder! Até porque saber disso nada vai interferir no sucesso do Realitty Show... A coisa tá dando tão certo que agora esses programas investem em vídeos clipes. A abertura de um programa de notícias mostra, sem nenhuma preocupação com o impacto negativo de imagens fortes para um determinado horário, cenas e sofrimentos reais reduzidos a um simples apelo visual. Censura? Para quê? Ultimamente, o direito a liberdade de expressão e o que fazer com ele não conseguem andar lado a lado.

Se tiram benefícios com a violência é porque tem quem a comercialize, reproduzindo-a com descaso, humor barato e fora de hora. No mesmo caminho, o tráfico de drogas cresce e ramifica seu mercado porque existe uma grande demanda e redes de venda. E o que resta para a Vida é ter o seu preço cada vez mais baixo, mas reproduzida em uma tela de plasma.


Um comentário:

  1. Como dizia um amigo meu: "la vida no vale nada". (Mas o dinheiro sim.)

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É o coração que faz a eloquência. Partem do coração os grandes pensamentos.

(Quintiliano)