

Se não fosse quase 22:30, eu teria até me esforçado a acreditar. Pensei no Natal mas sou impiedosa para isso- não costumo ajudar com dinheiro.
Certas Noites
E desaparecer
"...E sequer olhar pra trás
E desaparecer
E perder o celular
E desaparecer
E deixar o samba me levar..."
É inacreditável a capacidade que tenho de atrair o mais improvável. Depois de passar um feriado com cara de Quaresma, retiro espiritual ou meditação para um autoconhecimento- o que você está a pensar também, se for nessa mesma linha, claro, retorno à rotina. Ainda sem carro, mas não menos esperançosa, balanço os dedinhos e pego o coletivo. Que maravilha! Sentei, nunca sozinha-estratégia de segurança; pego uma lixa de unha e começo a distrair a viagem. De repente, ignorando o 'bom dia' que se espera ouvir antes de qualquer pedido a um desconhecido, interrompe mais um momento de reflexão e hibernabilidade:
- " Coisinha, você lixa e vem tudo aqui pra minha comida.."
Isso iniciou o diálogo. Deve ser perseguição...Devo estar naqueles dias onde se é posto à prova, porque não há coisa mais irritante do que me chamar de " coisinha" e pela manhã, considerando o meu humor pouco estável nas primeiras horas do dia. Tenho que parar com isso, mas as respostas se formam e gritam por conta própria.
- "Bom dia, meu nome é Adriana e peço desculpas por prejudicar a sua refeição matinal. Era só pedir com educação que não iria hesitar em atendê-la, mas como você não o fez..."
Na dúvida, fui tão educada pra matar a vontade de gritar aos cuspes " coisinha uma pi ..." ( pi de censura, ok). Mas essa é a diferença. Costumo dizer que meus pais investiram anos em Educação e é obrigação usá- la nesses momentos. E não satisfeita, provoca:
- "Mas veeeeeja, que po...( aí ela xingou mesmo)
Juro que pensei em mudar de lugar, respirar fundo e guardar a minha lixa de unha. Por muito menos se morre neste mundo, no entanto, por mais uma vez, não deu:
- " Veja bem, meu bem, a sua passagem foi a mesma que a minha, aliás, paguei inteira e quem realmente está sendo porca aqui?! Você comendo de boca aberta no coletivo ou eu asseando minhas unhas?!@#$%" Me bata um abacate* !!! "
* A frase é de um ridículo programa de televisão que achei adequada para a ocasião.
Uff...desistressei.
Sábado, como não ia sair por não querer trocar o gozo de um bom sofá a dois, programei o dia por partes. Só ficou de fora o estudo, pra variar um pouco. Uma jogadinha, aliás várias de buraco na net, daquelas que você só precisa dar o boa tarde ou boa noite e começar a partida. Você logo percebe pela postura aquela pessoa falante que faz piada com tudo e pra compensar os foras que dará na partida quer sempre estabelecer um diálogo- é 1ª vez dela jogando, e custa em fazer um jogo para orgulhar o parceiro. O sossego passou longe em toda a minha última partida no buraco. E pra fechar com chave de ouro e rebater a minha falta de paciência ignorando todas as piadinhas sem graça, a dita ainda me chama de...dailit?!Sim, sem paciência. Perder o jogo não foi nada para ela... O riso voltou só com Funérea. Tive que rever isso. Ai, que infortúnio! Ninguém nunca morre nessa merda de desenho!? Hãn..? Alguma semelhança? Às vezes, é bom!!!!
Receber cachê ( 14.000 dizem por aí) e ter a letra aos olhos para entoar o hino não ajudou em nada.
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É só linkar http://jaquesou.blogspot.com/
"...Mas
se alguém me desafia e bota a mãe no meiodou paulada a
três por quatro e nem me despenteioque eu já
tô de saco cheio..."